sábado, 29 de agosto de 2009

Automedicação é um perigo


"Farmácia não é quitanda.
Enquanto se burlar a exigência da prescrição,
o país continuará sendo um campeão de mortes por intoxicação."

Antônio Barbosa, presidente do CRF do Distrito Federal


O Brasil é o quinto país do mundo em consumo de medicamentos. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, 30% das 80.000 mortes anuais por intoxicação têm como causa o uso indevido de medicamentos.


Em torno de 50% dos antibióticos utilizados no mundo são subutilizados ou utilizados sem indicação.


Além de estar entre os cinco maiores consumidores de medicamentos no mundo, o Brasil é o país onde a relação de farmácias por habitante é a maior do mundo. Em território nacional, são mais de 50 mil farmácias e drogarias, em média uma para cada 3.000 habitantes, mais que o dobro recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).


Esses números, ressaltam a importância dos farmacêuticos no país, porém preocupam. A concorrência, ocasionará preços mais baixos e acessíveis a um número maior da população, tornando a farmácia um tipo de 'comércio popular', que muitas vezes é visitado sem necessidade. Remédios são coisa séria; tanto podem salvar como matar, e a diferença está na quantidade, que será prescrita pelo médico, e que o farmacêutico saberá dosar.


O que se deve saber, é que automedicação é coisa séria. Esses remédios, que muitas vezes tomam, por dorzinhas quaisquer, nem necessidade, quando for realmente preciso essa química no organismo para alívio, ele já reagirá e não funcionará, impelindo acada vez mais a remédios mais concentrados, ou doses maiores.


Nos dias de hoje a discussão sobre o surgimento de formas resistentes do vírus influenza A (H1N1) aponta para o uso irracional do antiviral como a causa dos primeiros casos de resistência já identificados. A tuberculose é outra doença que, depois de ressurgir há pouco mais de 2 décadas com a epidemia de HIV/Aids, vem mostrando formas resistentes que desafiam a medicina, frutos da utilização incompleta do tratamento.


O tema por si só é importante, porém quando lembramos que estão em jogo o sofrimento de pessoas e o uso de recursos financeiros escassos para a saúde, o uso irracional de remédios torna-se problema de saúde pública e deveria ser amplamente discutido pela sociedade.

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